sábado, 9 de outubro de 2010

Quinta do Juncal, um bosque perto de si

No Ano Internacional da Biodiversidade, os alunos do 1º ano do curso técnico de Recursos Florestais e Ambientais da Escola Profissional Agrícola Fernando Barros Leal, apoiados pela professora de Química, Margarida Feliciano, aderiram ao projecto nacional de construção conjunta de um mapa dos ecossistemas florestais portugueses denominado “UM bosque perto de si”, integrado no Pavilhão do Conhecimento – Ciência Viva, tendo escolhido o bosque da Quinta do Juncal como seu anfitrião. A poucos quilómetros de Torres Vedras, na freguesia de Matacães encontra-se um pequeno bosque onde a história e a biodiversidade estão presentes. Conta-se que sua localização devido à grande abundância arbórea, foi o esconderijo de muitos portugueses durante as invasões francesas no início do século XIX.
Este bosque abraçado pelo rio Sangue cria uma atmosfera perfeita para o desenvolvimento saudável de muitas das espécies animais e vegetais, características em Portugal. Nele podemos contemplar alguns espécimes característicos da flora portuguesa, como o Carvalho Português (Quercus faginea), o Sobreiro (Quercus suber), o Pinheiro Bravo (Pinus pinaster), Espinheiros (Crataegus monogyna), Choupos (Populos nigra e alba), entre muitos outros arbustos e herbáceas.
Este bosque alberga muitos animais típicos da região e de outras partes do país, tais como o Pisco de Papo Ruivo (Erithacus rubecula), o Guarda Rios (Alcedo attis), Javalis (Sus scrofa), Toupeiras (Talpa europaea). Estes têm aqui o alimento, a água e o espaço necessário para poderem viver e reproduzir-se saudavelmente.
Devido à grande camada de matéria orgânica, é possível o aparecimento de vida fúngica como os cogumelos. Uns mais vulgares, outros mais raros, podemos encontrar aqui algumas dezenas de espécies de cogumelos, com formas, cheiros e cores diferentes, tais como, os Amanitas phaloides, os Macrolepiota proceraPhallus impudicus, entre muitos outros.
É neste ecossistema cheio de vida, que todos os seres têm o seu lugar e respeitam-no vivendo harmoniosamente. É lá que têm as suas funções e, o mais importante, é lá que têm as suas casas. Não é imperativo afastar este bosque das pegadas da civilização, mas sim respeitá-lo a si, e a todos os seres que nele habitam, de modo a que aquele pequeno ecossistema perdure durante muitos e longos anos.

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